Na manhã do dia 02 de março de 2010 um membro da SAPP comunicou à polícia o início do corte de uma vistosa paineira com aproximadamente 15 metros de altura, remanescente de uma chácara antiga, lindeira das avenidas Aratãs, Guatás e Guaicanãs. Essa chácara deu espaço a um condomínio fechado, inaugurado há cerca de três anos, reunindo 12 sobrados de alto padrão.
Do antigo e grande acervo de árvores frutíferas e ornamentais ali existentes, pouca coisa sobrou, sem que a sociedade saiba até hoje as circunstâncias em que foram eliminadas.
Diversos moradores do entorno, percebendo a ação implacável de moto-serras, acionaram a PM, a Polícia Florestal, a imprensa, aos quais se juntaram outros moradores e alguns membros da SAPP. Os responsáveis pelo corte exibiram à autoridade policial o Memorando de número 11/2010 expedido pela Subprefeitura da Vila Mariana que daria suporte legal àquela “poda radical”. Alguns detalhes não estariam corretos e, por isto, o comandante da Polícia Florestal determinou a suspensão imediata da ação da moto-serra que já havia feito alguns cortes radicais.
Um fiscal engenheiro agrônomo da SPVM, chamado ao local, justificava que a árvore estaria doente, com sério risco de queda, mas o que todos constatavam é que, à exceção de alguns galhos pequenos e secos, o tronco e outras ramificações mostravam saúde perfeita da exuberante paineira. Vários depoimentos de presentes à manifestação, inclusive alguns da SAPP, foram levados ao ar pela rádio Jovem Pan, pelas TVs Globo e Record que registraram com imagens o fato.
No desenrolar da operação, foi acionada também uma autoridade da Polícia Civil especializada em crimes ambientais sediada na Rua Marquês de Paranaguá que concitou os presentes a comparecer ao DP para elaboração de competente Boletim de Ocorrência.
Em matéria publicada em jornais no dia seguinte, a SPVM alegou singelamente que tudo se deveu a um “equívoco” de digitação por parte da engenheira agrônoma que trocou a palavra PALMEIRA por PAINEIRA… Equívoco dessa natureza nem mesmo um leigo cometeria, pois a única semelhança entre essas espécies é a sonoridade de seus nomes.
O que causou estranheza é que os representantes do requerente insistiam na extirpação da paineira simplesmente por estar próxima ao sobrado do interessado.
Postado dia 02 de março , 2010